“Nós brincamos aqui entre nós que O Máximo foi o trabalho da quarentena, tanto nosso quanto do Elzo Henschell”, diz a produtora Janaina Zambotti – que cuidou dos detalhes da produção deste novo videoclipe musical para o cantor de rua que vem ganhando cada vez mais notoriedade na mídia e se firmando como um dos grandes talentos musicais da cena alternativa no Brasil. Para quem ainda não o conhece, Elzo Henschell nasceu em Santana do Parnaíba, interior do estado, e já há alguns anos toca nas ruas de São Paulo fazendo uma mistura de rock e blues que vem encantando as pessoas que o acompanham pelas esquinas e avenidas da capital paulista. Convidado pelo Banco Itaú em 2015 a participar de um filme publicitário falando justamente sobre o som das ruas – artistas independentes que cavam seu espaço no mais democrático dos palcos –, Elzo atingiu uma condição inédita para cantores cuja origem é semelhante à dele, ou seja, as calçadas de uma grande metrópole. Não demorou muito para ser convidado para outros trabalhos, como o documentário seriado para a TV a cabo Buscando Buskers (2017-2019), de Edu Felistoque, o qual retrata o dia-a-dia destes músicos. Por causa disso, a Sincronia Filmes acabou descobrindo o talento de Elzo, realizando para o artista três videoclipes oficiais para seus singles e firmando um contrato de exclusividade com o cantor que se estenderá a outros trabalhos em gestação na casa – um deles, inclusive, a filmagem de uma pequena turnê para o lançamento do primeiro disco de Henschell, em preparação. “Ela seria realizada este ano de 2020, mas a pandemia nos obrigou a mudar os planos e a jogar o trabalho mais à frente”, continua Janaina. Isso, no entanto, não impediu a produtora e o artista de continuarem colaborando, ainda que remotamente, como muitos profissionais da área atingidos pela pandemia.
A origem da canção O Máximo, segundo o próprio Elzo, vem de alguns anos. “Eu estava gravando no Rio de Janeiro e me lembro que naquele dia em especial não tinha feito grana tocando na rua. Aí, um dia antes, o Alexandre, um dos guitarristas da banda que toco lá no Rio, entrou em contato comigo perguntando se eu não queria fazer um teste de voz na banda, antes de fazer parte dela. Fui e fiz e foi ótimo. A letra de O Máximo foi composta naquela noite, um pouco após o Rock n’Rio (que o Itaú levou o cantor), e, junto desse pessoal, que tocou apenas o instrumental, eu inseri as letras e a voz. Foi assustador, mas foi uma letra confidencial e muito pessoal (Eu pensava, preciso dar o máximo de mim, o máximo de mim), e, quando voltei a São Paulo, gravamos um EP com ela.”
“O Elzo mandou um sample da canção para o Emanuel (Mendes, diretor e owner da Sincronia), que já tinha realizado para Henschell o clipe de Geração Adulterada apenas com imagens de banco de imagens”, continua Janaina, “e então decidimos continuar no mesmo approach“, conta ela, “até porque também não tínhamos como sair e filmar em meio ao confinamento.” E seguindo o pedido de Elzo, que disse ao diretor Emanuel Mendes a vontade de “contar uma história” com o clipe, Mendes pesquisou nos bancos destes trabalhos e encontrou o que precisava, uma série de imagens de um casal – não por acaso um rapaz negro e uma moça branca –, realizado pela CottonBro, fornecedora deste tipo de job para profissionais do audiovisual em geral, de onde ele pôde montar o quebra-cabeça de sua história: “O Emanuel respeitou tanto o desejo do Elzo quanto sua própria sensibilidade, assim como tinha feito com o Geração, então ninguém abdicou de sua arte”, continua a produtora. Como está, a canção e o videoclipe de O Máximo são uma perfeita união entre música e imagens – sempre com a influência do cinema, o berço de formação de Emanuel –, e com a possibilidade de quem os estiver assistindo/ouvindo enxergar aquilo que quiser.
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